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sábado, 2 de outubro de 2010

Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão

Declaração aprovada pela Assembleia Nacional Francesa, em 1789, que reconhece ao homem e ao cidadão os direitos a ser representado no órgão legislativo; a igual tratamento perante a lei; à igualdade de oportunidades; a não ser preso arbitrariamente; à liberdade de expressão e credo; à tributação proporcional aos rendimentos; à segurança e à propriedade. A Constituição francesa de 1946 veio acrescentar a esta lista a generalidade dos direitos económicos, sociais e culturais, tais como a igualdade entre homens e mulheres; o direito ao trabalho, o direito de associação sindical e de greve; o direito ao lazer, à segurança social, à reforma e à educação gratuita.

ARTIGO 1.º

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

ARTIGO 2.º

Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação.Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autónomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.

ARTIGO 3.º

Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

ARTIGO 4.º

Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos.

ARTIGO 5.º

Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.

ARTIGO 6.º

Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento em todos os lugares da sua personalidade jurídica.

ARTIGO 7.º

Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual protecção da lei. Todos têm direito a protecção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

ARTIGO 8.º

Toda a pessoa tem direito a recurso efectivo para as jurisdições nacionais competentes contra os actos que violem os direitos fundamentais reconhecidos pela Constituição ou pela lei.

ARTIGO 9.º

Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado.

ARTIGO 10.º

Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua causa seja equitativa e publicamente julgada por um tribunal independente e imparcial que decida dos seus direitos e obrigações ou das razões de qualquer acusação em matéria penal que contra ela seja deduzida.

ARTIGO 11.º

1. Toda a pessoa acusada de um acto delituoso presume-se inocente até que a sua culpabilidade fique legalmente provada no decurso de um processo público em que todas as garantias necessárias de defesa lhe sejam asseguradas.
2. Ninguém será condenado por acções ou omissões que, no momento da sua prática, não constituíam acto delituoso à face do direito interno ou internacional. Do mesmo modo, não será infligida pena mais grave do que a que era aplicável no momento em que o acto delituoso foi cometido.

ARTIGO 12.º

Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada, na sua família, no seu domicílio ou na sua correspondência, nem ataques à sua honra e reputação. Contra tais intromissões ou ataques toda a pessoa tem direito a protecção da lei.

ARTIGO 13.º

1. Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no interior de um Estado.
2. Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de regressar ao seu país.

ARTIGO 14.º

1. Toda a pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de beneficiar de asilo em outros países.
2. Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de processo realmente existente por crime de direito comum ou por actividades contrárias aos fins e aos princípios das Nações Unidas.

ARTIGO 15.º

1. Todo o indivíduo tem direito a ter uma nacionalidade.
2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade nem do direito de mudar de nacionalidade.

ARTIGO 16.º

1. A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm o direito de casar e de constituir família, sem restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião. Durante o casamento e na altura da sua dissolução, ambos têm direitos iguais.
2. O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento dos futuros esposos.
3. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à protecção desta e do Estado.

ARTIGO 17.º

1. Toda a pessoa, individual ou colectivamente, tem direito à propriedade.
2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade.

ARTIGO 18.º

Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.

ARTIGO 19.º

Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão.

ARTIGO 20.º

1. Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

ARTIGO 21.º

1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direcção dos negócios públicos do seu país, quer directamente, quer por intermédio de representantes livremente escolhidos.
2. Toda a pessoa tem direito de acesso, em condições de igualdade, às funções públicos do seu país.
3. A vontade do povo é o fundamento da autoridade dos poderes públicos; e deve exprimir-se através de eleições honestas a realizar periodicamente por sufrágio universal e igual, com voto secreto ou segundo processo equivalente que salvaguarde a liberdade de voto.

ARTIGO 22.º

Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social; e pode legitimamente exigir a satisfação dos direitos económicos, sociais e culturais indispensáveis, graças ao esforço nacional e à cooperação internacional, de harmonia com a organização e os recursos de cada país.

ARTIGO 23.º

1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à protecção contra o desemprego.
2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual.
3. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que lhe permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de protecção social.
4. Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se filiar em sindicatos para a defesa dos seus interesses.

ARTIGO 24.º

Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres e, especialmente, a uma limitação razoável da duração do trabalho e a férias periódicas pagas.

ARTIGO 25.º

1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade.
2. A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimónio, gozam da mesma protecção social.

ARTIGO 26.º

1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em função do seu mérito.
2. A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das actividades das Nações Unidas para a manutenção da paz.
3. Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o género de educação a dar aos filhos.

ARTIGO 27.º

1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar no progresso científico e nos benefícios que deste resultam.
2. Todos têm direito à protecção dos interesses morais e materiais ligados a qualquer produção científica, literária ou artística da sua autoria. ARTIGO 28.º
Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano social e no plano internacional, uma ordem capaz de tornar plenamente efectivos os direitos e as liberdades enunciados na presente Declaração.

ARTIGO 29.º

1. O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é possível o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade.
2. No exercício destes direitos e no gozo destas liberdades ninguém está sujeito senão às limitações estabelecidas pela lei com vista exclusivamente a promover o reconhecimento e o respeito dos direitos e liberdades dos outros e a fim de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar numa sociedade democrática.
3. Em caso algum estes direitos e liberdades poderão ser exercidos contrariamente aos fins e aos princípios das Nações Unidas.

ARTIGO 30.º

Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada de maneira a envolver para qualquer Estado, agrupamento ou indivíduo o direito de se entregar a alguma actividade ou de praticar algum acto destinado a destruir os direitos e liberdades aqui enunciados.


Direitos Humanos — uma questão actual
Por Manuel Almeida dos Santos

Quando, em 10 de Dezembro de 1948, foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, uma grande responsabilidade foi assumida pela comunidade internacional, já que as Nações Unidas (ONU) se comprometeram a prosseguir as orientações constantes da Declaração.

O direito à vida, ao trabalho, à saúde, à educação, à liberdade de expressão e de reunião, à liberdade de religião, etc., etc., etc.., passaram a ser direitos individuais e universais, sendo obrigação de todos os governos pautar a sua acção tendo em vista corporizar os valores emanados da Declaração.

O conjunto de Convenções, Tratados, Protocolos e outros instrumentos jurídicos já hoje em vigor, constituem passos significativos no conhecimento dos Direitos Humanos como suporte essencial de uma sociedade civilizada.

Passados que são quase 50 anos da aprovação, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, da Declaração Universal dos Direitos Humanos, pode-se dizer que muito foi feito, mas, também se pode dizer que muito ficou por fazer. Neste final de século, assiste-se, até, a alguns recuos e hesitações na aceitação de alguns valores emanados da Declaração.

Alguns governos têm já declarado o entendimento de que valores alegadamente culturais dos seus povos têm preponderância sobre todos os outros, utilizando este argumento para manter formas opressoras de governação com recurso sistemático a atitudes aviltantes da natureza humana, como sejam o recurso à tortura e a outros tratamentos cruéis, desumanos e degradantes, entre os quais a pena de morte, ou o não reconhecimento à liberdade de opinião e de associação.

Por outro lado, a evolução de alguns aspectos da vida quotidiana trouxe novos riscos à observância dos Direitos Humanos. Por exemplo, o crescente envolvimento de meios informáticos no dia-a-dia dos cidadãos, com a utilização dos cartões de crédito/débito, elaboração de fichas de informações para os mais variados actos, informatização de actos correntes de consumo, etc., possibilitam a constituição de bases de dados na posse das mais variadas entidades, pondo em risco o art. 12.o da Declaração em que se diz: "Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada".

Um outro exemplo pode ser o da utilização crescente de meios repressivos intoleráveis com o pretexto de combater o fenómeno da insegurança, tentando-se, inclusivamente, obter o apoio dos povos para a sua legitimação. A tortura e os maus-tratos constantemente verificados nas prisões e esquadras policiais são disso exemplo, em flagrante contradição com o disposto nos vários instrumentos de direitos humanos em vigor.

A actualidade da questão dos Direitos Humanos tem de ser assumida por todos os cidadãos.

Deve-se não só não pemitir que os governos actuem ao arrepio dos valores já assumidos, como, também, cada pessoa tem de se colocar numa postura de vigilância e intervenção perante brechas que, declarada ou sub-repticiamente, se podem abrir naquilo que de mais valioso se pode ter: o direito à dignidade da pessoa humana.

Infelizmente, o futuro dos direitos humanos não é tão risonho como o supunham os nossos pais ou os nossos avós em 1948, se não se inverter o rumo que coloca as pessoas ao nível das coisas.

É um repto e um desafio que este final de século coloca.


Resumo do Filme Maria Antonieta

Prometida ao Rei Luis XVI aos quatorze anos de idade, Maria Antonieta, é lançada na opulenta corte francesa que é cheia de intrigas e escândalos. Sozinha, sem orientação e perdida num mundo perigoso, a jovem Maria Antonieta rebela-se contra a atmosfera isolada de Versalhes, e torna-se a monarca mais incompreendida da França. A história começa quando Maria Antonieta é levada para longe de sua família e de seus amigos de Viena, despojada de todos os seus pertences e jogada no sofisticado e decadente mundo de Versalhes.
Seu marido adolescente, Luis, o Delfim, como era chamado, é o herdeiro do trono francês. Mas Maria Antonieta está totalmente despreparada para ser o tipo de governante que o povo francês deseja. Por baixo de sua elegância, ela é uma assustada, desprotegida e confusa jovem mulher, cercada por perversos caluniadores, falsos aduladores, pessoas manipuladoras e fofoqueiros. Presa pelas convenções, Maria Antonieta precisa de encontrar uma forma de se encaixar no complexo e traiçoeiro mundo de Versalhes.
O seu casamento permanece sem ser consumado por incríveis sete anos. O desajeitado futuro Rei prova ser um desastre como amante, causando grandes preocupações de que Maria Antonieta nunca será capaz de dar a luz a um herdeiro.
Perturbada e soterrada por todos os problemas, Maria Antonieta busca refúgio na decadência da aristocracia francesa tendo uma relação amorosa com o sedutor Conde sueco Fersen. Mas, aos poucos, conforme amadurecia, Antonieta começou a encontrar o seu caminho como esposa, mãe e Rainha – apenas para ser tragicamente arrastada para uma sangrenta revolução que mudou a França para sempre.




Este video não foi realizado por mim, encontra-se em http://www.youtube.com/watch?v=HpT1qUXgLns


Revolução Francesa


Período entre 1789 e 1799 no qual se assistiu ao fim da monarquia francesa.

A 5 de Maio de 1789, depois de a monarquia ter tentado de novo aumentar os impostos, os Estados Gerais reuniram-se em Versalhes para estabelecer algumas medidas constitucionais. As divisões no seio dos Estados Gerais levaram à formação de uma Assembleia Nacional por parte do terceiro estado (o povo). As medidas repressivas impostas por Luís XVI conduziram à tomada da prisão da Bastilha pelo povo de Paris, a 14 de Julho de 1789.

Em Junho de 1791, a família real tentou escapar ao controlo da Assembleia Nacional, mas Luís XVI foi capturado em Varennes e obrigado a aceitar uma nova constituição. A guerra com a Áustria, que deflagrou a 20 de Abril de 1792, ameaçava atingir profundamente a revolução, porém, a 10 de Agosto, uma multidão assaltou o palácio real e em Janeiro do ano seguinte, Luís XVI foi executado. Apesar de a revolução ter começado como uma tentativa de instituir uma monarquia constitucional, as reformas até aí exigidas resultaram na proclamação da I República Francesa, em 21 de Setembro de 1793.

No entanto, os girondinos, moderados, foram derrubados pelos jacobinos e o controlo do país passou a estar nas mãos do Comité de Segurança Pública de Robespierre.
A violência da revolução, os ataques por parte de outras nações, as lutas entre diferentes facções, os motins e os levantamentos contra-revolucionários consumiram a república. Tais factos ajudaram os extremistas a chegar ao poder, iniciando-se as execuções do Terror que conduziram ao afastamento do comité e de Robespierre em 1794.
O Directório foi então instituído, de forma a estabelecer um meio termo entre a monarquia e o jacobinismo, mantendo-se no poder até este ter sido tomado por Napoleão, em 1799.




Luís XVI


Marie Antoinette

Tomada da Bastilha



Napoleão Bonaparte


Neoclassicismo
Movimento ocorrido na Europa (estendendo-se também à América do norte) por volta de 1750-1850, afectando particularmente as áreas da arquitectura e das artes plásticas. Caracterizou-se por uma recuperação de elementos da arte clássica (da antiga Grécia e Roma).
Entre as principais figuras do movimento encontram-se arquitectos como Claude-Nicolas Ledoux e Robert Adam, os pintores Jacques-Louis David, Ingres e Mengs, os escultores Canova, Flaxman, Thorvaldsen, e Sergel.
O neoclacissismo sucedeu ao estilo rococó e foi inspirado pelas obras de arte reveladas em escavações arqueológicas levadas a cabo nas cidades de Pompeia e Herculano. Foram também importantes no estabelecimento dos princípios do movimento as obras do historiador de arte alemão J. J. Winckelmann, que renovou o interesse pela arte grega. Winckelmann caracterizou os mais significativos elementos da arte clássica como reveladores de uma "nobre simplicidade e uma tranquila grandiosidade".
Os artistas neoclássicos procuraram assim aprisionar estas características nas suas obras, recorrendo, quer aos elementos estilísticos, quer aos temas das obras de Homero e Plutarco, por exemplo; foram ainda influenciados pelas ilustrações de Flaxman para a Ilíada e a Odisseia, de uma linearização austera.
O maior pintor deste período foi Jacques-Louis David, cuja obra O Juramento dos Horácios (1784), hoje no Museu do Louvre (Paris), combinava idealismo, estoicismo e simplicidade, tornando-se então o paradigma visual do movimento. Na arquitectura, os projectos visionários de Piranesi e Boullée foram também uma forte influência nesta área, embora poucos dos seus trabalhos tenham sido construídos.







Escultura neoclássica

Os princípios neoclássicos são claramente evidentes na escultura deste período, estátuas gregas foram estudados em detalhe, embora o conhecimento fosse fragmentado e, geralmente, se baseasse em cópias romanas de estátuas gregas. A escultura neoclássica tem sido muitas vezes considerada fria e impessoal. No entanto, estas características foram o resultado de uma escolha precisa da maioria dos grandes artistas da época, que tinham por objectivo ensinar.
Foi dada grande importância à preparação de obras de escultura, especialmente para os esboços que cada artista desenhava antes de iniciar o trabalho em si. Eles foram importantes porque representavam a personalidade do artista. O artista neoclássico mais importante em na Itália foi Antonio Canova.

Caracteristicas:

Temas: históricos, literários, alegóricos e mitológicos. Serviram de base para a representação de figuras humanas com poses semelhantes às dos Deuses gregos e romanos.
Estatuária: representou figuras de corpo inteiro ou bustos e relevos pouco pessoais glorificando e fazendo publicidade a políticos ou figuras importantes das cidades (praças, casas de nobres e burgueses ou cemitérios).
Relevos: têm o mesmo sentido honorífico e alegórico da estatuária e revestem as frontarias de edifícios públicos ou de palácios.
Formas de Representação: de inspiração clássica foram representados com toda a minúcia, os corpos eram nus ou semi-nus, formas reais, serenas e de composição simples. Rostos individualizados, mas com pouca expressividade. Seguiram os cânones da escultura clássica, sem qualquer liberdade criativa.
Técnica: são obras perfeitamente conseguidas, onde a sua concepção se baseia em maquetas de barro ou gesso para um primeiro estudo. Acabamentos rigorosos e relevos de pouca profundidade.
Materiais: mármore branco que representava a pureza, limpidez e brilho, e o bronze, mas em menor quantidade.

Iluminismo

Movimento intelectual europeu que atingiu o seu auge no século XVIII. Os pensadores iluministas acreditavam no progresso social e nas capacidades libertadoras do conhecimento racional e científico. Eram frequentemente críticos da sociedade do seu tempo e manifestavam-se hostis à religião, que consideravam manter a mente humana aprisionada pela superstição.
As revoluções americana e francesa foram justificadas à uz dos princípios iluministas dos direitos humanos naturais. Os principais representantes do movimento iluminista foram Voltaire, Gotthold Lessing e Denis Diderot.
A partir do século XVIII o movimento iluminista desenvolveu-se em Portugal personificado por José Anastácio da Cunha, Bocage, Filinto Elísio e Nicolau Tolentino, autores que dotaram o iluminismo português de um carácter mais literário do que filosófico. A grande dinamizadora da corrente iluminista foi, contudo, a Academia das Ciências de Lisboa, sendo o abade Correia
da Serra o seu maior representante.


Romantismo
(Módulo 7)

Como reacção ao neoclassicismo formou-se uma forte corrente que marca a ruptura com o clássico, apelando á exaltação das emoções e sentimentos. Apela também á originalidade, procura de extremos, ao sobrenatural, à melancolia e ao cruel. Caracteriza-se por cultivar a fantasia, o sonho, a evasão para mundos exóticos, a exaltação da natureza, do panteísmo e pansexualismo.
Este foi um estilo que marcou as contradições da sua época. Os românticos, são seduzidos pelo passado medieval, pela natureza e pelo exotismo de outras culturas, o que se vai reflectir na arte.
O romantismo defende que a arte não se atingia através das regras académicas, que era sim um produto da imaginação de cada um.

ARQUITECTURA

O romantismo marca a ruptura com a tradição clássica. Assume-se como uma corrente artística por toda a Europa com especificidades dos vários enquadramentos históricos e vivências.
A arquitectura despreza os valores clássicos das academias dando preferência á irregularidade e volumetria com efeitos de luz, movimento de planos e decoração pitoresca que estimulassem a imaginação e os sentidos e convidassem o sonho e a fantasia.
A arquitectura deveria ser capaz de provocar sensações. Marcou a passagem da “forma medida” (neoclassicismo), para a “forma sentida” (romantismo). Tem maior preocupação com a forma e decoração que com os aspectos técnicos.
Utilizam materiais da industrialização como o ferro (decoração), vidro, aço, tijolo vidrado e os materiais “nobres” madeira e pedra (gosto pela natureza).
A arquitectura romântica não criou um novo estilo no sentido pleno do termo. Promove antes o estudo e reprodução de estilos de épocas passadas, através de revivalismos historicistas, o que se explica facilmente pelo próprio contexto histórico: interesse pela história e pelas tradições nacionais.




Arquitectura em Portugal

Entrou tardiamente em Portugal, meados do séc. XIX, pela mão de um estrangeirado, marido de D. Maria II.
O 1º edifício romântico foi o Palácio da Pena.
Os revivalismos tiveram um forte carácter nacionalista afirmando-se através do neo-manuelino.





Arquitectura Romantista em Portugal - Sintra

PINTURA

A pintura foi a arte em que o ideário românico melhor se expressou.
Nasceu da pintura pré-romântica e recebeu influências dos nazarenos e dos pré-rafaelistas. Quebrando as regras do academismo neoclássico, os pintores românticos criaram universos imaginários onde o fantástico, o exotismo e o sonho são realidades tidas como possíveis em oposição á existência do quotidiano monótono e repetitivo.
Os artistas lutaram pela livre expressão do eu pessoal dando largas á imaginação, dai a pintura ser individualista e diversificada do ponto de vista estilístico. As temáticas são históricas, literárias, mitológicas e de retrato de figuras populares e anónimas. Os temas inovadores são temas da actualidade da época, temas inspirados no sonho, no onírico, nas tradições populares, nos exotismos, na vida rural e paisagem.
A pintura é marcada pela espontaneidade e individualismo, ainda muito influenciada pelo academismo neoclássico no tratamento realista e no claro/escuro, mas emancipa-se pela maneira como sobrevaloriza a cor. Em certos autores, essa emancipação traduz-se na simplificação do desenho e bidimensionalidade no tratamento do claro/escuro.
Os traços estilísticos comuns na pintura são intensos efeitos claro/escuro, prevalece a cor sobre o deesnho linear, uso de óleo e aguarela, pinceladas larfas e espontâneas, composições movimentadas e figuras humanas que não obedecem aos cânones clássicos.
Destaca-se Delacroix, Turner e Goya.



Pintura em Portugal

Entrou tardiamente em Portugal, chega por influências de alguns artistas estrangeiros.
Manifesta-se sobretudo na pintura de género e paisagens, pelo que se confundiu com o naturalismo.
Entre as temáticas mais praticadas estão a pintura histórica, vida rural, costumes populares, paisagem, cenas místicas e retrato.
Destacam-se Augusto Roquemont, Luís Pereira Meneses e Tomás de Anunciação entre outros.


ESCULTURA

A escultura acaba por não ter um impacto tão grande como as outras artes, até porque o seu processo de concepção/execução é o mais demorado, limitando assim a espontaneidade própria do romantismo.
As temáticas são inspiradas na natureza, carácter alegórico e fantasista, temas históricos e líricos.
Nas formas de expressão evidenciou-se as composições estáticas e procurou-se exaltar a expressividade através de composições movimentadas e de sentido dramático e de corpos realistas com expressões carregadas de sentimento. O material principal era mármore, mas também havia algum bronze.
Destacam-se os franceses Pérault e Carpeaux.



Escultura em Portugal

Destacam-se Vítor Bastos (obra exalta heróis nacionais como Camões, símbolo da pátria) e Costa Mota Tio (monumentos nacionalistas).


Vídeo - Romantismo - http://www.youtube.com/watch?v=EVGcwrjkHtA
A Gare

Edifício ou parte de um edifício destinado a aceder a um ou mais meios de transporte (rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial ou aéreo), constituindo espaço de interligação entre a via pública e esses meios de transporte.

A Gare do Oriente, também conhecida como Gare Intermodal de Lisboa (GIL), é uma das estações ferroviárias e rodoviárias mais importantes emLisboa. Projectada pelo arquitecto espanhol Santiago Calatrava, ficou concluída em 1998 para servir a Expo '98 e actualmente o Parque das Nações.O complexo inclui uma estação do Metropolitano de Lisboa (designada Oriente) no primeiro nível e um espaço comercial e uma estação rodoviária (tanto local como de médio/longo curso) nos dois níveis seguintes, sendo os dois últimos níveis ocupados pela estação ferroviária, servida pela CP com comboios suburbanos e por serviços de médio e longo curso.


Impressionismo

Movimento artístico surgido em França na década de 1860, que do
minou a pintura europeia e norte-americana nos finais do século XIX. Os impressionistas pretendiam representar a vida real, executando as suas obras ao ar livre, captando assim os fugazes efeitos da luz natural. O termo foi inicialmente usado de forma negativa para descrever a obra de Claude Monet, Impression: Soleil Levant (1872), hoje exposta no Museu Marmottan (Paris); Auguste Renoir e Alfred Sisley associaram-se também ao movimento, tendo outros pintores feito uma adopção intermitente do estilo impressionista, casos de Paul Cézanne, Edouard Manet e Edgar Degas, entre outros.
O ponto de partida do impressionismo foi o Salon des Refusés (Salão dos Recusados), uma exposição realizada em 1873, que apresentava as obras rejeitadas pelo salão oficial. Seguiram-se os salões dos impressionistas, exposições colectivas das obras do movimento (1874 a 1886) verificando-se uma feroz oposição aos trabalhos apresentados. Os estilos destes pintores eram diversos, mas unia-os a pesquisa sobre os efeitos de luz e o movimento criado pela aplicação justaposta de fragmentos de cor, em vez da tradicional aplicação de tons obtidos por mistura na paleta. Por volta da década de 1880, o impulso nuclear do movimento havia-se atenuado, levando ao surgimento de vários novos estilos, mais tarde englobados no pós-impressionismo. Em Inglaterra, o impressionismo deu origem ao New England Art Club, no qual se salientaram os trabalhos de Wilson Steer e Walter Sickert.
Consistindo o impressionismo na substituição do tratamento da luz pelo da cor, implicando a inexistência de contornos definidos das formas representadas, podem-se encontrar antecedentes desta abordagem nos trabalhos de Velázquez, Goya, e Watteau, por exemplo. Há no entanto precursores mais directos, como os paisagistas ingleses Constable e Turner. Os azuis vibrantes das estampas japonesas, descobertas pela Europa nessa época, foram também influentes na distanciação, verificada na pintura, dos tons escuros e terrosos anteriormente usados. Courbet, o proclamador da doutrina do realismo, foi também uma inspiração adicional, com o seu regresso à natureza e rejeição de temas convencionais.
Manet surgiu como o líder do grupo inicial dos impressionistas, mas foi a pesquisa experimentalista de Monet e seus seguidores que lançou as bases teóricas do movimento. Estas teorias centram-se nos efeitos atmosféricos e no papel da luz e dos valores cromáticos similares, preconizando o estudo da natureza en plein air (ao ar livre). O conceito de "impressão" era também nuclear na pintura impressionista: focava a fixação e reprodução de um momento fugaz de uma forma espontânea, contrariando a reprodução sistemática de pormenores que não são visíveis nesses instantes.
Os impressionistas pretendiam assim ensinar a arte de apresentar tout ensemble, em que os pormenores eram apagados ou subordinados ao todo da pintura. Pesquisaram também as teorias da cor, aplicando-as pela primeira vez e rejeitando as convencionais tonalidades de castanho, os negros e os ocres. As misturas da paleta foram abandonadas, usando-se apenas as cores puras do espectro juntamente com o branco. A justaposição de fragmentos destas cores puras tornou-se o preceito central da prática da pintura impressionista, com ausência de linhas de contorno. Outros preceitos eram a investigação da sombra (não a tratando como ausência de luz, mas luz de intensidade reduzida) e a separação dos conceitos de cor local e de reacção das cores. Aderindo a estes preceitos, os impressionistas obtiveram um enorme êxito na fixação do "movimento" atmosférico: as variações da sombra, a passagem da luz, os movimentos ondulantes da superfície da àgua, a sensação de existência de vento. Outros artistas geralmente associados com o movimento são Jongkind, Berthe Morisot e Fantin-Latour. Embora o movimento tivesse já feito o seu percurso na década de 1880, teve ainda uma fase final, designada por neo-impressionismo, tendência centrada na técnica do Pontillismo, em que pequenas manchas de cores primárias eram aplicadas na tela, fundindo-se num tom pretendido quando vistas à distância. Inspirado pelas teorias científicas de cor de Helmholz e Chevreul, o neo-impressionismo foi seguido por Seurat, Pissarro e Signac. O seu valor principal foi ter levado ao uso mais impositivo de cor, como
nas obras de Van Gogh.





Em música, trata-se de um estilo de composição que dá especial relevo à cor e à textura instrumental, transmitindo emoções e estados de espírito. Este termo foi aplicado pela primeira vez à música de Debussy.

Neo-impressionismo

Ramificação do impressionismo, ocorrida em França, na década de 1880, sujeitando as técnicas impressionistas a uma análise rigorosa, quanto às teorias da cor e da percepção. Caracterizou-se pelo uso do divisionismo, que implicava a justaposição de pequenas manchas de cor, construindo assim as formas, sem outro tipo de delimitação e definição. Georges Seurat foi uma das principais figuras desta tendência. A sua técnica, muito minuciosa, tornou-se conhecida como pontilhismo. Este tipo de pintura foi também praticado por Paul Signac e Camille Pissarro.

Pós-impressionismo

Em pintura, designação de várias tendências que se sucederam ao impressionismo nas décadas de 1880 e 1890. O termo foi usado pela primeira vez em textos do crítico da arte Roger Fry, em 1910, para caracterizar as obras de Paul Cézanne, Vincent Van Gogh e Paul Gauguin. Embora revelando grandes diferenças quanto a estilos próprios e objectivos, estes pintores procuravam ir
além das preocupações dos artistas impressionistas quantos às constantes mudanças dos efeitos lumínicos, tentando construir um trabalho pictórico mais firme e estruturado. A temática assumiu também uma certa importância.




Bibliografia


Módulo 9
Surrealismo
Movimento artístico, literário e cinematográfico que se desenvolveu a partir do dadaísmo por volta de 1922. Chefiados por André Breton, que apresentou o Manifesto Surrealista (1924), os surrealistas procuraram formas de expressão imediatistas, comandadas por visões do subconsciente. Exploraram variados estilos e técnicas, e o movimento tornou-se na força dominante na arte ocidental entre as duas grandes guerras mundiais. O surrealismo seguiu a teoria freudiana do inconsciente e a sua técnica de "associação livre", de modo a iludir o controlo do consciente. Entre as várias expressões do movimento encontram-se os desenhos automáticos de André Masson, as pinturas baseadas em formas semi-abstractas de inspiração animalista e vegetalista (Max Ernst, Joan Miró, Yves Tanguy), na Pintura Metafísica de Giorgio de Chirico, bem como imagens oníricas pintadas num estilo realista (Salvador Dalí, René Magritte). Picasso trabalhou numa orientação surrealista durante algum tempo, no início da década de 1920. Os poetas Louis Aragon e Paul Éluard fizeram também parte do movimento, bem como o realizador Luis Buñuel.

Expressionismo

Forma de arte que se desenvolveu no princípio do século XX, na Alemanha, e se transformou num movimento independente na pintura, escultura, literatura, teatro e, finalmente, no cinema. Distingue-se pela distorção ou exagero dos traços de uma dada realidade e procura retratar não a realidade objectiva, mas as emoções e respostas subjectivas suscitadas por objectos e acontecimentos. No cinema alemão, nos anos imediatamente subsequentes à Primeira Guerra Mundial, o Expressionismo caracterizava-se pela extrema estilização dos cenários, do trabalho de actores, da iluminação e dos ângulos de câmara de filmar. Os cenários eram marcadamente abstractos e distorcidos, revestindo-se de particular importância no conjunto artístico, com um papel tão preponderante como o dos próprios actores. A iluminação era deliberadamente artificial, manipulada de forma a produzir um jogo de sombras e contrastes bem vincados, e a câmara era colocada num ângulo pouco habitual, para destacar intencionalmente o fantástico e o grotesco. Todos os filmes eram realizados em estúdio, o que possibilitava o controlo perfeito dos cenários, da luz e dos movimentos da câmara. Os melhores e os mais intrigantes filmes de todo o cinema mudo vieram do Expressionismo alemão. Der Kabinett des Doktor Caligari/Gabinete do Dr. Caligari (1919), de Robert Wiene, retrato de um mundo de distorção, abstracção, violência, horror e da ansiedade, espelho da Alemanha do pós-guerra, constitui o seu primeiro exemplo e influenciou cineastas de todo o mundo. Na redacção do seu argumento colaborou o cineasta austríaco Fritz Lang, que, pelo seu estilo duro, audaz e de grande intensidade plástica, se tornou um dos expoentes máximos do Expressionismo no cinema. Destacam-se os filmes Dr. Mabuse, der Spieler - Ein Bild der Zeit/Dr. Mabuse, O Jogador (1922) e Die Nibelungen: Siegfried/Os Nibelungos (1924), mas sobretudo as obras-primas Metropolis/Metrópolis (1927), visão expressionista do futuro, e M (1931), retrato do comportamento compulsivo de um assassino de crianças. Outras obras-primas do Expressionismo do cinema alemão são: Das Golem (1920), de Paul Wegener; Nosferatu/Nosferatu, o Vampiro (1922), Der Letzte Mann/O Último dos Homens (1924) e Faust/Fausto (1926), de F. W. Murnau; e Das Wachsfigurenkabinett/O Gabinete das Figuras de Cera (1924), de Paul Leni. A influência desta tendência artística é igualmente visível nalguns trabalhos de Alfred Hitchcock e Orson Welles. Em música, trata-se da utilização de uma melodia harmonicamente distorcida para produzir efeitos e sentimentos expressivos, pessoais e complexos. Esta prática está associada à música de Schoenberg, Hindemith, Krenek, entre outros. Na Pintura, Escultura ou Literatura, estilo em que se expressam emoções de modo a sobreporem-se, como valor, a elementos convencionais ou estilísticos. Num sentido mais restrito, o termo aplica-se ao movimento ocorrido no início do século XX, na Europa central e setentrional; o termo foi popularizado pelo crítico de Arte alemão Hermarth Walden, ao caracterizar a "Arte Moderna" oposta ao Impressionismo. Os artistas expressionistas tendiam a distorcer ou exagerar a aparência natural da realidade física, de modo a criar reacções subjectivas a ela ou reflectir uma realidade subjectiva. A obra do pintor norueguês Edvard Munch O Grito (1893), hoje na Galeria Nacional de Oslo, é talvez o mais famoso exemplo. Entre os escritores ligados ao Expressionismo contam-se August Strindberg e Frank Wedekind. James Ensor, Oskar Kokoschka, e Chaim Soutine são outros exemplos de importantes pintores expressionistas. Grupos como o die Brücke(The Bridge) e derBlaue Reiter (The blue rider) estiveram associados a este movimento, tendo a corrente expressionista ganhado mais força após a II Guerra Mundial, com o trabalho de Max Beckmann e Georg Grosz. Entre os artistas cujas obras possam considerar-se, em termos gerais, expressionistas encontram-se ainda os pintores Paul Klee, Vassili Kandinsky e Vincent Van Gogh, e os escritores Franz Kafka e James Joyce, que (tal como muitos poetas contemporâneos) expressaram as suas "verdades interiores" através de uma simbologia imediatista, ligada ao inconsciente e afastada das "gramáticas" artísticas convencionais.

Fauvismo

Em pintura, movimento que firmou um novo estilo, caracterizado por um ousado uso da cor (com cores vivas e contrastantes), inspirado pelo trabalho de Vincent van Gogh, Paul Cézanne e Paul Gaugin. De reduzida duração mas de grande influência sobre os movimentos artísticos posteriores, o fauvismo emergiu em Paris, por volta de 1905. Georges Rouault, Raoul Dufy, Pierre Marquet, André Derain, Maurice de Vlaminck e Paul Signac foram alguns dos pintores que aderiram ao movimento na sua fase inicial. A designação "fauvismo" teve origem no Salão de Outono, fundado por Henri Matisse e outros artistas. A propósito das obras expostas, entre as qais se encontrava uma escultura convencional, o crítico de arte Louis Vauxcelles, disse que esta era como um Donatello entre feras selvagens (Donatello chez les fauves). Reagindo contra o impressionismo, os pintores fauves procuraram investir a cor de valores emocionais próprios, recusando a sua utilização como recurso descritivo da cor na natureza.

Guernica

Cidade na província basca da Biscaia, norte de Espanha; população (1989) 16 400. Aqui os reis de Castela juraram outrora respeitar os direitos dos bascos. Foi quase completamente destruída em 1937 por bombardeiros alemães que ajudavam o general Franco na Guerra Civil Espanhola, e reconstruída em 1946. O bombardeamento inspirou um quadro de Pablo Picasso e uma peça do dramaturgo Fernando Arrabal (1932).

Pablo Picasso (1881-1973)

Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno Maria de los Remedios Cipriano de la Santissima Trinidad Ruiz e Picasso, nasceu em Málaga, em Espanha. A sua família mudou-se para Barcelona em 1896. No ano seguinte esteve durante um curto espaço de tempo na Academia Real de San Fernando, em Madrid.Era filho de um professor de arte, José Ruiz Blasco e de Maria Picasso López, de ascendência andaluza. A partir de 1898, passou a usar o apelido Picasso (em vez de Ruiz, como acontecera até então). Revelando precocemente (aos 10 anos) a sua aptidão artística, fez a sua primeira exposição aos 16 anos. Em 1900, visitou pela primeira vez Paris, onde se fixaria mais tarde. Esteve activo sobretudo em França, foi um dos mais inventivos e prolíficos talentos da arte do século XX. As fases da sua pintura conhecidas como período azul (1901-1904) e período rosa (1905-1906), precederam a revolucionária tela Les Demoiselles d'Avignon (1907), que abriu o caminho para o cubismo. Seguiram-se os períodos negro e cinzento.Na década de 30, a sua obra passou a incluir escultura em metal, trabalhos gráficos e o mural Guernica (1937), hoje no Museu do Prado (Madrid), sendo esta última obra um angustiado depoimento sobre a morte de civis provocada pelo bombardeamento da localidade de Guernica.Artista de extraordinária importância no contexto do cubismo, radicou-se no sul de França em 1946, dedicando-se, para além da pintura, à execução de esculturas, cerâmicas, cenários para peças de teatro e dança (para os Ballets Russes, de Diaghilev), ilustrações para obras literárias (como é o caso das Metamorfoses de Ovídio) e retratística.Contam-se entre as suas obras de pintura: As vendedoras de Flores (1901, Glasgow Art Gallery, Escócia, Reino Unido); A Vida (1903, Museu de Arte, Cleveland, Estados Unidos); Nu Sentado (1905, Museu Nacional de Arte Moderna, Paris); Família de Saltimbancos (1905, National Gallery, Washington, Estados Unidos); Retrato de Gertrude Stein (1906, Metropolitan Museum of Art, Nova York); Auto-retrato (1906, Museu de Arte, Philadelphia, Estados Unidos); As Meninas de Avinhão (1906, Museu de Arte Moderna, Nova York); Natureza-morta (1908, Kunstmuseum, Basileia, Suíça); Nu (1909-1910, Tate Gallery, Londres); Retrato de D. H. Kahnweiler (Instituto de Arte de Chicago, Estados Unidos); O Poeta (1911, colecção Peggy Guggenheim, Veneza, Itália); O Violino (ou Jolie Eva, 1912, Estugarda, Alemanha); O Aficionado (1912, Kunstmuseum, Basileia, Suíça); Mulher de Camisa Sentada na Poltrona (1913, Colecção I. Pudelko Eichmann, Florença, Itália); Natureza-morta numa Paisagem (1915, Colecção Heinz Berggruen, Paris); Guitarra, Garrafa, Fruteira (1921, Galeria Rosengart, Lucerna, Suíça); Três Músicos (1921, Museu de Arte, Philadelphia, Estados Unidos); Paulo Vestido como Arlequim (1921, Colecção Picasso); Mendolina e Guitarra (1924, Solomon R. Guggeheim Museum, Nova York); As Três Dançarinas (1925, Colecção Picasso); Natureza-morta com Cabeça Antiga (1925, Museu Nacional de Arte Moderna, Paris); Mulher no Espelho (1932, Museu de Arte Moderna, Nova York); Mulheres e Crianças na Praia (1932, Colecção Michael Hertz, Bremen, Alemanha); Duas Mulheres (ou A Musa, 1935, Museu Nacional de Arte Moderna, Paris); Mulher Chorando (1937, Colecção particular, Londres); Figuras na Praia (1937, Colecção Peggy Guggenheim, Veneza, Itália); Mulher Sentada (1942, Colecção particular, Pittsburgh, Estados Unidos); Cabeça de Moça (1949, Colecçã particular, Turim, Itália); Demoiselles des bords de la Seine (interpretação do quadro de Courbet, 1950, Kunstmuseum, Basileia, Suíça); Déjeuner sur L'Herbe (interpretação do quadro de Manet, 1961, Galeria Louise Leiris, Paris).


Dadaísmo

O movimento Dadá (Dada) ou Dadaísmo foi um movimento artístico da chamada vanguarda artística moderna iniciado em Zurique, em 1915 durante a Primeira Guerra Mundial, no chamado Cabaret Voltaire. Formado por um grupo de escritores, poetas e artistas plásticos, dois deles desertores do serviço militar alemão, liderados por Tristan Tzara, Hugo Ball e Hans Arp.Embora a palavra dada em francês signifique cavalo de brinquedo, sua utilização marca o non-sense ou falta de sentido que pode ter a linguagem (como na fala de um bebê). Para reforçar esta ideia foi estabelecido o mito de que o nome foi escolhido aleatoriamente, abrindo-se uma página de um dicionário e inserindo-se um estilete sobre ela. Isso foi feito para simbolizar o caráter anti-racional do movimento, claramente contrário à Primeira Guerra Mundial e aos padrões da arte estabelecida na época. Em poucos anos o movimento alcançou, além de Zurique, as cidades de Barcelona, Berlim, Colônia, Hanôver, Nova York e Paris. Muitos de seus seguidores deram início posteriormente ao surrealismo e seus parâmetros influenciam a arte até hoje.


A História do Cinema

Filme realizado por mim em: http://www.youtube.com/watch?v=pRkUAArQF2o